domingo, 26 de outubro de 2014

TOP 5: GRANDES PERSONAGENS QUE VOCÊ NÃO SABIA QUE SÃO IMITAÇÕES

Admito: nesse mundo nada se cria, tudo se copia. Até mesmo aqueles heróis que achamos que são únicos, pois pra se chegar a eles os criadores copiara... ops, se inspiraram em algum outro. E não, não estou falando das obras do “Mestre das Imitações” Rob Liefeld. Estou falando de clássicos como...


5º LUGAR: CAPITÃO AMÉRICA
O Capitão América surgiu durante a 2ª Guerra Mundial como inspiração para os jovens se alistarem. Não existe herói mais americano do que o Capitão vermelho, azul e branco.
O Capita é tão conhecido que, se alguém usar estrelas e listras em algum novo personagem, vai ter que escrever “IMITAÇÃO” no peito dele. Ainda mais se tiverem alguma coisa redonda, vermelha, azul e branca e à prova de balas.

Só que...

Acontece que o Capitão chegou um pouco tarde no conceito “estrelas e listras”. 14 meses antes dele, em janeiro de 1940, estreava o Escudo. Ele usava um traje blindado em forma de um - adivinhem – escudo, que repelia balas e também o impedia de bater palmas ou dar abraços.
Coincidentemente, em sua primeira edição o Capitão América tinha um escudo na mesma forma que o uniforme do Escudo. Era uma cópia tão descarada que os editores do Escudo reclamaram, o que fez a Marvel mudá-lo na edição seguinte para o frisbee gigante que conhecemos hoje.
Mas as coincidências não acabam no senso de moda dos personagens. Os dois ganharam seus poderes depois de tomar um soro e em ambos os casos os nazistas mataram os médicos que criaram o supersoro. O nome da fórmula do Escudo era a sigla óbvia SHIELD, que você pode reconhecer como o nome da organização onde o Capitão América acabaria trabalhando.
A primeira temporada do Escudo chegou a um fim prematuro quando o editor, que depois mudou o nome da editora MLJ para Archie Comics por causa da popularidade desse personagem, decidiu parar de publicar super-heróis. E, apesar de várias tentativas de reviver o personagem ao longo dos anos, o Capitão América manteve a coroa orelha-de-asa de rei dos heróis patrióticos.


4º LUGAR: AQUAMAN
Quando o Aquaman estreou em 1941 ele era apenas um ser humano normal, cujo pai cientista o tinha usado como cobaia aquática, lhe dando o poder de sobreviver onde é mais úmido. O Aquaman que todos nós conhecemos e amamos não apareceu até 1959: foi quando ele se tornou um atlante, ganhou a habilidade de se comunicar telepaticamente com frutos do mar e se tornou o rei dos mares.

Só que...

O Tubarão já tinha feito tudo isso 20 anos antes. Ele estreou em “Amazing-Man Comics” em 1939 e é considerado o primeiro super-herói aquático. O Tubarão assistia sua super-televisão de pé e combatia o crime com a ajuda de seu velho e querido pai: o próprio Netuno.
Mas as semelhanças terminam nos poderes e origens, porque Aquaman e Tubarão não são parecidos. O Tubarão usa uma sunga azul e uma máscara – embora ele não tenha uma identidade secreta pra proteger.
Aquaman, por outro lado, tem uma aparência diferente. Em um mundo onde a maioria dos heróis pegaram todas as roupas vermelhas e azuis, Aquaman decidiu inovar: ele luta contra o crime marítimo de blusa laranja e calças verdes.
Maaaaaas, se voltar um pouco no tempo nas histórias do Tubarão, você vai encontrar um rosto familiar. Minimidget é um homem de 5 centímetros de altura, mas tirando isso ele e Aquaman têm muito em comum.
Cabelo loiro, blusa laranja, calças verdes e um cinto de ouro? Sim, tudo foi copiado pela DC, que só acrescentou a letra "A". Pegue qualquer coisa de “Amazing-Man Comics” e você está segurando a receita completa pra fazer seu próprio Aquaman.


3º LUGAR: JUSTICEIRO
No início dos anos 70, um assassino vestido de preto atirou contra o Aranha em “The Amazing Spider-Man 129”. A Marvel gostou tanto do personagem que deu a ele sua própria série, transformando esse pistoleiro com um crânio estampado no peito em um exército de um homem só lutando contra o crime. O Justiceiro foi o primeiro anti-herói de verdade nos quadrinhos, e todo mundo tentou copiá-lo desde então.

Só que...

O Justiceiro realmente foi muito influenciado (leia-se descaradamente copiado) pelo autor Don Pendleton, que publicou o Executor pela primeira vez em 1968 no livro “Guerra contra a Máfia”. Como o Justiceiro (vulgo Frank Castle), o Executor (vulgo Mack Bolan) é um veterano do Vietnã que mantém um “Diário de Guerra”, dirige um furgão high-tech e atira contra um monte de gente ruim até a morte.
Mas, como personagens de livros não são conhecidos por suas roupas bizarras, o Justiceiro é facilmente reconhecido pela sua marca registrada: roupa preta com a caveira branca que faz com que ele pareça mais vilão do que herói. É um grande visual e não podia ser diferente, já que ele é usado desde a década de 40. O traje se baseia muito no de um herói da Era de Ouro dos quadrinhos chamado Terror Negro. A história apresentava Bob Benton, um farmacêutico que criou uma fórmula que lhe deu super-força e invulnerabilidade. Por razões nunca explicadas no gibi, isso também lhe deu uma compulsão irresistível de se vestir com roupas de pirata.
Apesar dos poderes comuns, o Terror Negro era bastante popular, talvez devido ao fato de rivalizar com muitos personagens ruins. Numa época em que todos os outros heróis usavam cores berrantes, o Terror Negro era uma figura ameaçadora, vestindo preto e estampando uma caveira com ossos cruzados que mostrava que ninguém se mete com o Terror Negro.
No entanto, ao contrário do Justiceiro, o Terror Negro não era um anti-herói. Ele era apenas um benfeitor tentando fazer a diferença no mundo socando bandidos enquanto usava o símbolo universal da morte. Também ao contrário de Frank Castle, o Terror Negro tinha superpoderes e não costumava usar armas, mas usava quando fosse preciso. Durante alguns de seus momentos mais rápidos no gatilho ele poderia humilhar o Justiceiro. Afinal, quando foi a última vez que você viu o Justiceiro literalmente atropelar um grupo de asiáticos ao mesmo tempo em que os transforma em queijo suíço?


2º LUGAR: CICLOPE

O que você faz quando acorda de manhã e descobre que seus olhos estão vomitando raios destrutivos que você não pode controlar? Você ganha um par de óculos de proteção pra evitar disparar nos outros e, em seguida, se junta aos X-Men e torna-se o super-herói mutante conhecido como Ciclope, é claro.

Só que...

Ou, se você estiver quase 25 anos antes dos X-Men existirem, você pode mudar o seu nome para Cometa.
O cartunista Jack Cole é mais conhecido por criar o Homem-Elástico em 1941 (o primeiro super-herói elástico, muito antes do Sr. Fantástico do Quarteto Fantástico). Mas antes disso, seu personagem mais popular foi o Cometa. O alter ego do Cometa, John Dickering, era um jovem cientista que descobriu um gás “50 vezes mais leve que o hidrogênio”. Então, naturalmente, ele decidiu que a coisa mais razoável a fazer era injetá-lo em si mesmo.
Ao invés de ter um ataque do coração, o primeiro teste lhe deu o poder de super-salto. Encorajado por seu próprio sucesso, John tomou mais injeções até que ganhou o dom de voar. Mas aconteceu um efeito colateral que, surpreendentemente, não tinha nada a ver com ele flutuando pro espaço como um balão desgovernado: seus olhos começaram a emitir raios que desintegrava as coisas. Raios que, felizmente, podiam ser parados por vidro comum. E assim, armado com sua nova visão desintegradora, ele criou um uniforme com óculos de proteção, enfeitado com estrelas, luas e uma seta vermelha gigante apontando pro rosto e foi combater o crime.
Ciclope tem um traje semelhante, a única diferença é que seus raios são rajadas óticas concussivas que não emitem nenhum calor, o que significa que ele meio que soca com os olhos, sem matar, enquanto que o Cometa...
Na sua primeira aparição em “Pep Comics 1”, o Cometa derreteu nada menos que três bandidos e, quando finalmente encontrou o chefe do crime, ele decidiu dar um descanso pros olhos e o jogou para a morte em seu lugar. Tudo em um dia de trabalho.
Aliás, “Pep Comics 1” mostrou também a primeira aparição do Escudo. Que coincidência. Outra coincidência estranha é que o lendário Jack Kirby foi o co-criador do Capitão América e dos X-Men (e, por falar nisso, do Quarteto Fantástico, que tem o Homem-Elástic... quer dizer, Sr. Fantástico). Mas Kirby provavelmente nem conhecia esses personagens obscuros, exceto que ele fez um trabalho freelance pra Archie Comics em 58, uns cinco anos antes de ele e Stan Lee criarem os X-Men.
Não contavam com sua astúcia.
Bom, se não sabia de nada, eu poderia dizer que Jack Kirby, sem dúvida o mais influente quadrinhista de todos os tempos, pode ter sido também o maior “pegador emprestado” da indústria. Existe uma controvérsia sobre ele merecer crédito por co-criar o Homem-Aranha com Steve Ditko e Stan Lee, que fica realmente interessante quando você considera o fato de que Kirby trabalhou na Fox Comics no início de sua carreira, empresa responsável por uma personagem que era muito semelhante ao...


1º LUGAR: HOMEM-ARANHA
Claro, sempre houve muitos personagens com tema aracnídeo nos quadrinhos, mas nenhum deles é tão distinto quanto o Cabeça-de Teia. Enquanto parece que quase todo mundo hoje em dia pode escalar paredes e pular por aí como um ginasta olímpico de colante, ninguém mais tem lançadores de teia, a coisa mais legal dele. Claro, o sentido de aranha é legal e tudo mais, mas se tem um negócio que define o personagem são seus disparos de teia. Lançadores de teia montados em seus pulsos que ele usa pra se balançar e pegar bandidos...

Só que...

...que nem a Rainha Aranha da Fox Comics fazia na década de 40, uns 20 anos antes de Peter “Violação de Patentes” Parker atirar o material pegajoso.
"Rainha Aranha, Rainha Aranha..."
Como o Homem-Aranha, a Rainha Aranha tinha uma história trágica e suas cores eram vermelho e azul. Shannon Kane era esposa e assistente do farmacêutico do governo Harry Kane. Depois que Harry foi morto por inimigos do país, ela fuçou em seus papéis e encontrou a fórmula para o “fluido de teia de aranha”. Então ela inventou um par de braceletes pra atirar o material, vestiu uma roupa de líder de torcida e começou a arrebentar algumas cabeças.
Sim, Shannon Kane estava usando o lançador de teias muito antes de aranhas radioativas picarem estudantes. E quando você pensa sobre isso, lançadores de teia se encaixam muito bem numa personagem feminina dos anos 40. Afinal, numa época em que a mais forte de todas as super-heroínas podia ser vencida com um pouco de sadomasoquismo, ela não poderia sair por aí socando pessoas, afinal ela era uma dama. Ela precisava lutar contra o crime sem ofender os costumes da época, e disparar cordas pegajosas nos caras maus, basicamente, deu à Rainha Aranha o poder do super-tricô.
"Não, por favor, não outra daquelas blusas horríveis. NÃÃÃÃOOOOOO..."
Quanto à roupa incrivelmente reveladora que ela usava em uma época de vestidos conservadores, acho que a Rainha Aranha usava como uma forma de atordoar seus inimigos. Não, ela não tem a velocidade e a força proporcionais de uma aranha, mas no tempo antes dos biquínis, decote sem sutiã deve ter sido um superpoder incrível.


Isso mostra que a falta de criatividade não é recente. Ou seria preguiça? De qualquer forma, esses personagens foram, são e sempre serão nossos heróis preferidos. Mesmo que sejam meras cópias baratas hehehehehe. See ya later...

5 comentários:

  1. Excelente artigo! Não sabia da maior parte disso tudo aí! Valeu!

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  2. Obrigado, Rock. Devo muito disso à nossa querida Mundo dos Super-Heróis e tempo livre de sobra às vezes hehehe.

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  3. o capitãs não conta porque o original tambem foi criado pelo kirby uahua

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    1. O Escudo foi criado por Harry Shorten e Irv Novick. Já Kirby e Joe Simon criaram pra Archie Comics um outro "Escudo", chamado Lancelot Strong, que foi barrado pela DC por ser muito "semelhante" ao Super-Homem. A cópia da cópia da cópia.

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  4. Nos quadrinhos nada se cria, tudo se copia...

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